Title: Litoral
Author: José de Almada Negreiros
Release date: September 29, 2007 [eBook #22802]
Most recently updated: January 3, 2021
Language: Portuguese
Original publication: Linotype n.^o 7381--R. Poço dos Negros 81, 1916
Credits: Produced by Vasco Salgado
Produced by Vasco Salgado
+a amadeo de souza cardoso+
José de ALMADA-NEGREIROS
o quadrado
por
José de ALMADA-NEGREIROS
collaboração extraordinaria de
+amadeo de souza cardoso+
Linotype n.^o 7381—R. Poço dos Negros 81
espasmos de praiamar transbordam invasão
a areia mergulha pró fundo do Mar plos olhos do
pirata
desvirgados á prôa
Maresia cio do Mar
qué da vela Latina?
Sinhora da Livramento
Leilão de salvados
Guarda Fiscal a Costa
Forte da Barra
o retrato do Piloto a cêbo d'Hollanda e limão dôce
sabots d'Alfandega e cachimbo motor
Taverna Maritima
Kean marujo Inglez
Nivel +12+ cuidado co'os helices
+BELFAST+
a Grande Cheia atavismos do Diluvio
o mêdo das rochas encolhidas ao luar onanista redemoinhos do perigo perpendicular o brilho do óleo Negro o dever do farol que nem parece tão grande por dentro as dunas as furnas as zôrras de Noite afinal o farol por dentro é uma casa mas eu não queria ser o faroleiro! osgas de velludo velho amarello pra dentro começos de bruxas a acabarem em saudades do arraial Castello dos mouros restos de sarracenos A lua a mijar na cisterna a sinêta pró café licença pra ir a terra estreia das tamanquinhas alcachofras fogueiras a idade de casar fôgo-de-vista e frio longe da febre a Kermesse só é bonita quando eu estou doente Santo-Antonio de Lisbôa 10 cigarros 60 réis e vinho habilitado o sol-e-dó não tocou mais depois da desordem hiate de Sines Posta restante hotel Silva por cima da farmacia accordar ás 8 o snr capitão Stella matutina Jornaes da manhã +O DIA+ a areia descalça espoja-se na sesta a despir os olhos de cio o Sol é macho e relincha Carthago no verão epocha balnear Linha do Norte Rocio-Campanhã estrada rial e tango descripção musical dos moinhos de vento Estação Telegrafo-Postal bem pescaria alegre 66 banhos numero par Laura chalet com vista pró Mar aluga-se
Terras-Siennas d'olaria lisa no Fôrno da Telha o oleiro fez um Taxo cada vez maior senão fôsse a praga da carvoeira não tinha ella ancas de bilha Jarrão de barro vidrado Recordação das thermas Agua salôbra sabão de lavar a burricada toilette de passeio o trevo de quatro folhas morangos prá sobremeza Collares Viuva Gomes Linha Cintra-Oceano Seteaes Rembrandt Agua-forte saia-balão setim-Penumbra foot-ball domingo meios preços incarnado e branco guerra da independencia terrestre não é permitida a entrada pró pic-nic taxo chita de domingo III classe a dormitar lamparina frio grillos pyrílampos vae chover a Maria perdeu o broche se o tunel caisse! agoiro borbolêta preta é mau signal a cigana de latão tem uma saia de amarello esborrachado o homem dos cães a tocar tambor substantivo o navio ao longe cheira a estearina no caixote o mirante o óculo bric-à-brac Mãe! mata o chalet Antes quero ser o faroleiro cara d'ocarina de barro pintado partiu-se a unha da guitarra 20 litros de petroleo por Noite Vento Norte a peça d'alarme O filho do dr. estuda para almirante Entrudo fotografia Salles Escola de marinheiros Marégrafo natação Club Naval +A MARGEM+ Grandes regatas de vela Nautica Taça Tejo Grande Premio de Lisboa Prova final
+CINZENTANIA+ rezênha obliqua d'invernia cláve sinfonia agreste dos cilindros fôscos penúgem neve dos repuxos falsos na passagem do regimento com ferrúgem de tambôres dedal de prata por detraz dos vidros baços á espera do boneco de estampar que foi pena sair mal o correio não trouxe nada Acre ozone de arrebol cinzento mata-borrão azía Santa-Barbara Azul d'Inverno faz frio no peito lá em cima no tombadilho a chover e a fazer Sol estão-se as bruxas a pentear Historia tragico-maritima o crime da varina Azinhaga sociedade filarmonica Vasco da Gama Vendedeiras de laranjas filipina! sotaque phenicio das varinas tricanas Arrufadas Coimbra +B+ fado tinto e sentimental Astrakan maltez de misticismo bárbaro perfil britado em ceitil-museu rial d'agua içado do Aqueducto Velho pró banco da Mina co'a rodilha ao lado esteve aqui a Rosa Maria no dia 7 de Maio de 1916 com o poeta futurista José de ALMADA-NEGREIROS
OBRA LITTERARIA DE José de ALMADA-NEGREIROS
+O MOINHO+, a Eduardo Afonso Viana
+23 2.^o ANDAR+, ao Senhor Gualdino Gomes
+O MENDES+, a Christiano Cruz
+A ENGOMADEIRA+, a José Paxêko
+A SCENA DO ODIO+, de José de ALMADA-NEGREIROS, poeta sensacionista e Narciso do Egypto, a Alvaro de Campos
+LENDA D'IGNEZ, A LINDA QUE NÃO SOUBE QUE FOI RAINHA+, a M.^elle
M. G. C. M. (S. T.)
+OS SALTIMBANCOS+, contrastes simultaneos, a Santa Rita Pintor
+MIMA FATÁXA, SINFONIA COSMOPOLITA E APOLOGIA DO TRIANGULO FEMENINO+, a ti para que não julgues que a dedico a outra
+10 POEMAS PORTUGUEZES+ por M.^me Sonia Delaunay-Terk e José de ALMADA-NEGREIROS
+BALLET VERONESE ET BLEU+, a M.^me Sonia Delaunay-Terk
+K4 O QUADRADO AZUL, a +Amadeo de Sousa Cardoso+ substantivo impar 1, o detentor da Apologia Masculina, o que me possue em tatuagem azul na sensibilidade, o Amante preferido da Luxuria e do Vicio. (Vide genio Pintor).
+Nota do autor+: Todos estes livros devem ser lidos pelo menos duas vezes prós muito intelligentes e d'aqui pra baixo é sempre a dobrar.